sábado, 2 de abril de 2016

DIABETES e FÍGADO - GORDURA no FÍGADO - cirrose hepática - FÍGADO CRESCIDO e EXAMES



Eu acredito que Diabetes não seja só pâncreas e insulina. Compartilho sempre que os sistemas estão interligados. Os órgãos funcionam em conjunto.

 O papel do fígado na homeostase da glicose normal.

O fígado desempenha um papel central e Muito importante na regulação do metabolismo de carboidratos. 

O fígado funcionando normalmente é essencial para a manutenção dos níveis de glicose no sangue e de um abastecimento contínuo aos órgãos que necessitam de uma fonte de energia da glicose. 

Este papel central para o fígado na homeostase da glicose oferece uma pista para a patogênese da intolerância à glicose em doenças do fígado.

 O fígado utiliza glicose como combustível e também tem a capacidade de armazená-lo como glicogênio e sintetizá-la.

 Cerca de 50% da insulina secretada pelo pâncreas é removida por extração de primeira passagem no fígado. 
A insulina promove a síntese de glicogênio (gliconeogênese) no fígado e inibe a sua repartição (glicogenólise). 
Gliconeogênese é o processo através do qual o lactato, piruvato, glicerol e aminoácidos são convertidos em glicose.

O fígado é o órgão alvo primário para a ação do glucagon, que promove a glicogenólise, gliconeogênese e cetogênese. Ele também inibe a gliconeogênese hepática, estimula a glicólise e inibe a cetogênese.

Excesso de acúmulo de glicogênio no fígado é visto em 80% dos pacientes diabéticos. 

Acúmulo de gordura hepática é uma complicação bem reconhecida da diabetes com uma frequência relatada de 40-70%. Infelizmente, a obesidade é uma variável associada frequentes de confusão. 
Diabetes tipo 1 não está associado com o acúmulo de gordura, se a glicemia está bem controlada, mas a diabetes tipo 2 pode ter uma correlação de 70%, independentemente do controle da glicemia. 

Doenças do fígado e Diabetes Mellitus
Gavin N. Levinthal, MD, e Anthony S. Tavill, MD, FRCP, FACP

Um texto fácil de ler:
O fígado é o poço ou receptáculo de nosso organismo, uma verdadeira cisterna. Tudo o que é de ruim passa por ele (álcool, cocaína, anti-inflamatórios, remédios para emagrecer, chás caseiros, plantas medicinais de origem brasileiras e chinesas, vermes, fungos, bactérias, vírus, produtos finais de alimentos gordurosos, etc.). Mesmo assim, nosso “camarada fígado” raramente manifesta-se e não dói. Porém, um dia, a casa cai, mas aí é tarde e a recuperação se torna difícil.

Sabemos que a origem da doença diabetes tipo 2 está relacionada com um quadro de resistência a insulina em 90% dos casos.
 Obesidade é o mais importante fator de risco para diabetes e as duas condições clínicas estão sempre lado a lado.

O que acontece no fígado em consequência do aumento da glicose?
Muita coisa que a maioria dos pacientes não sabe. Cientificamente, observa-se que parte dos pacientes adultos com diabetes tipo 2 tem um aumento significativo de doenças hepáticas, incluindo cirrose hepática, quando comparados com a população geral não diabética. Um percentual significativo dos pacientes com cirrose hepática tem resistência à insulina e 20-40% tem diabetes tipo 2.

Falando tanto de cirrose hepática, o que viria a ser esta doença que tanto assusta?
Sem rodeios, a cirrose é o processo final de reparação do fígado (substituição de tecido normal por tecido fibroso e sem função) de uma lesão mantida e contínua aos longos dos anos por um agente, que pode ser infeccioso, medicamentoso, químico (álcool), metabólico ou imunológico (o próprio organismo tentando destruir o fígado).

Como começa o comprometimento do fígado em um paciente diabético?
Inicialmente, o fígado começa a acumular gordura (esteatose hepática), principalmente em decorrência do aumento da produção de triglicerídeo hepático (20-30% dos diabéticos apresentam na ultra-sonografia acúmulo de gordura hepática).
Particularmente, observa-se que 100% dos pacientes com obesidade mórbida e diabetes apresentam esteatose hepática. A deposição contínua de gordura no fígado poderia ocasionar um processo inflamatório agudo (hepatite) e levar a uma doença chamada de esteato-hepatite aguda (hepatite aguda por deposição de gordura). A esteato-hepatite acomete 50% dos adultos diabéticos obesos situados na faixa etária entre 35 e 60 anos. O sexo feminino é o mais comprometido (60 a 80%) e mulheres diabéticas obesas com idade superior a 50 anos teriam um maior risco de desenvolver tal doença.

A referida doença, na maioria dos casos, é assintomática, ou seja, uma grande parte dos pacientes não sente qualquer problema. Por outro lado, alguns pacientes queixam-se de um leve desconforto (sensação de peso) no lado direito do abdome, geralmente abaixo das costelas.
Ao exame clínico, grande parte dos pacientes apresenta fígado crescido (hepatomegalia), sendo este considerado o dado clínico mais frequente observado pelo médico. Nos exames de sangue, um número significativo dos pacientes apresenta provas de função hepática discretamente alteradas, como as transaminases e aumento das taxas de gordura no sangue, principalmente em decorrência do aumento dos triglicerídeos.
Se não tratada, a esteato-hepatite aguda torna-se crônica e um percentual bastante significativo dos diabéticos desenvolverão uma cirrose hepática ao longo do tempo, nunca menos que 20-30 anos.
Pacientes diabéticos têm um risco aumentado em 7 (sete) vezes de apresentar endurecimento do tecido do fígado (fibrose).
 Diversos estudos científicos incriminam a doença diabetes mellitus II como fator de risco para o desenvolvimento de câncer de fígado. Estudos bem atuais têm provido evidências de que as hepatites virais pelos vírus das hepatites B e C, o uso abusivo do álcool e diabetes tipo 2 interagem sinergicamente desenvolvendo o câncer de fígado.


http://drjcfonsecaeofigado.blogspot.com.br/2009/04/o-figado-nos-pacientes-diabeticos-um.html

Um comentário:

  1. Grata pela partilha!
    Gostei dos esclarecimentos que também é um alerta sobre o problema...muito bom texto...

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