Oftalmoscopia ou fundoscopia é uma técnica de observação do fundo
do olho (retina e outras estruturas internas).
O seu uso permite não só a avaliação de alterações oculares, mas
também a detecção de doenças sistêmicas,
pois estas podem causar retinopatia.
É usado um oftalmoscópio para a visualização da retina. O principio óptico
consiste na projeção de luz, proveniente do oftalmoscópio, no interior do olho
e mediante a reflexão dessa luz na retina é possível observar o fundo do olho.
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FUNDO DE OLHO | OFTALMOSCOPIA
O fundo do olho é a mais rica e detalhada pintura
ao vivo e em cores da situação das artérias, veias e nervos do corpo humano,
pois na sua visualização somente meios transparentes se interpõe entre o médico
e a retina do paciente, salvo em situações patológicas. A retina funciona assim
como uma janela através da qual se enxerga a saúde do organismo de uma maneira
geral.
A retina é um tecido nervoso sensível à luz,
localizado na superfície interna da parte posterior do olho, cuja função é
transformar o estímulo luminoso em um estímulo nervoso. Comparando com o
processo fotográfico, a retina é como se fosse o filme da máquina, que capta
imagens por meio das suas células fotorreceptoras para enviá-las ao cérebro.
Fundo de olho normal
A fundoscopia ou oftalmoscopia é o exame em que se visualizam as estruturas do fundo de olho, dando atenção ao nervo óptico, os vasos retinianos, e a retina propriamente dita, especialmente sua região central denominada mácula. O exame de fundo de olho é realizado desde 1851, quando Von Helmholtz inventou o primeiro oftalmoscópio e se constitui no principal elo entre a oftalmologia e os demais ramos da medicina. O principio óptico consiste na projeção de luz, proveniente do oftalmoscópio, no interior do olho e mediante a reflexão dessa luz na retina é possível observar essas estruturas.
Existem dois tipos de fundoscopia: a direta, na
qual se obtém uma imagem ampliada quinze vezes maior, mas com restrito campo de
visão, e a indireta, que proporciona uma imagem com ampliação menor, porém com
visualização mais ampla da retina, evidenciando-se até sua periferia. A
oftalmoscopia direta é comumente realizada pelo clínico geral e utiliza-se um
aparelho simples e portátil, enquanto a oftalmoscopia indireta é geralmente
restrita ao médico oftalmologista e depende de equipamentos mais complexos.
Indivíduos que não tem problemas oculares ou doenças
que predispõem a males na região dos olhos, como hipertensão arterial e
diabetes, precisam fazer o exame anualmente, especialmente se já passaram dos
40 anos. O clinico geral ou o médico oftalmologista irá sugerir uma
periodicidade diferente para quem está em acompanhamento para alguma doença
ocular ou sistêmica, levando em conta o histórico do paciente.
O exame de fundo de olho pode trazer informações
importantes em indivíduos de todas as idades. Recém-nascidos prematuros e cujas
mães tiveram infecções durante a gestação devem ser submetidos rotineiramente a
um exame detalhado de fundo de olho. Todos os demais bebês devem ser avaliados
com o teste do reflexo vermelho, em que é avaliada a coloração avermelhada
gerada pela retina através da pupila quando submetida a uma iluminação direta.
Esse teste pode ser realizado pelo próprio pediatra, no berçário ou na sala de
parto, que encaminhará ao oftalmologista em caso de qualquer alteração ou um
resultado duvidoso. A oftalmoscopia, nestes casos, pode indicar a presença de
tumores como o retinoblastoma, infecções como toxoplasmose, rubéola,
citomegalovírus e sífilis*, além de doenças como a retinopatia da
prematuridade, doença relacionada à formação dos vasos da retina que pode levar
à cegueira.
Em adultos, o exame de fundo de olho realizado
regularmente é fundamental para o diagnóstico precoce de diversas doenças
oculares, entre elas o glaucoma . Aliado à medida da pressão intraocular,
permite que o tratamento seja iniciado antes da presença de sintomas, já que o
glaucoma, segunda causa de cegueira no Brasil, é uma doença silenciosa que pode
levar anos para causar dificuldade visual.
As alterações relacionadas ao envelhecimento, como
o surgimento de drusas na retina e o desenvolvimento de degeneração macular
relacionada a idade, também são sempre observadas pelo oftalmologista durante a
fundoscopia.
Lesões oculares pela hipertensão
A fundoscopia, por suas ligações com a clínica
médica, a neurologia e outras especialidades, é um elemento importante para o
diagnóstico e acompanhamento de diversas doenças sistêmicas. Em indivíduos com
hipertensão arterial ou diabetes*, uma fundoscopia cuidadosa pode trazer
informações valiosas sobre a situação vascular subjacente. É interessante
destacar que a fundoscopia é um método prático e fácil para se avaliar os danos
em órgãos alvo, além de fornecer informações sobre a atividade e tempo de
desenvolvimento dessas doenças. Este exame é mais um meio a ser utilizado pelo
clínico para um melhor acompanhamento e tratamento destas doenças e prevenir suas
complicações oculares e sistêmicas.
Este
texto foi é de autoria do Dr. Flavio Mac Cord, Mestre e Doutorando em Ciências
Médicas pela Unicamp, Pós-Graduado em Retina Clínica e Cirúrgica pela USP,
Professor Substituto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e médico do
Hospital Federal dos Servidores do Estado e da Clínica São Vicente.
http://www.mdsaude.com/2011/04/exame-de-fundo-de-olho.html
http://pt.slideshare.net/Naila/oftalmoscopia
http://www.mdsaude.com/2011/04/exame-de-fundo-de-olho.html
http://pt.slideshare.net/Naila/oftalmoscopia
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