Eu acredito que Diabetes
não seja só pâncreas e insulina. Compartilho sempre que os sistemas estão
interligados. Os órgãos funcionam em conjunto.
O papel
do fígado na homeostase da glicose normal.
O fígado desempenha um papel central e Muito importante na
regulação do metabolismo de carboidratos.
O fígado funcionando normalmente é essencial para a
manutenção dos níveis de glicose no sangue e de um abastecimento contínuo aos
órgãos que necessitam de uma fonte de energia da glicose.
Este papel central para o fígado na homeostase da glicose
oferece uma pista para a patogênese da intolerância à glicose em doenças do
fígado.
O fígado
utiliza glicose como combustível e também tem a capacidade de armazená-lo como
glicogênio e sintetizá-la.
Cerca de 50% da
insulina secretada pelo pâncreas é removida por extração de primeira passagem
no fígado.
A insulina promove a síntese de glicogênio (gliconeogênese)
no fígado e inibe a sua repartição (glicogenólise).
Gliconeogênese
é o processo através do qual o lactato, piruvato, glicerol e aminoácidos são
convertidos em glicose.
O fígado é o órgão alvo primário para a ação do glucagon, que
promove a glicogenólise, gliconeogênese e cetogênese. Ele também inibe a
gliconeogênese hepática, estimula a glicólise e inibe a cetogênese.
Excesso de acúmulo de glicogênio no fígado é visto em 80% dos
pacientes diabéticos.
Acúmulo de gordura hepática é uma complicação bem reconhecida
da diabetes com uma frequência relatada de 40-70%. Infelizmente, a
obesidade é uma variável associada frequentes de confusão.
Diabetes tipo 1 não
está associado com o acúmulo de gordura, se a glicemia está bem controlada, mas
a diabetes tipo 2 pode ter uma correlação de 70%, independentemente do controle
da glicemia.
Doenças
do fígado e Diabetes Mellitus
Gavin
N. Levinthal, MD, e Anthony S. Tavill, MD, FRCP, FACP
Um texto fácil de ler:
O fígado é o poço ou receptáculo de
nosso organismo, uma verdadeira cisterna. Tudo o que é de ruim passa por ele
(álcool, cocaína, anti-inflamatórios, remédios para emagrecer, chás caseiros,
plantas medicinais de origem brasileiras e chinesas, vermes, fungos, bactérias,
vírus, produtos finais de alimentos gordurosos, etc.). Mesmo assim, nosso
“camarada fígado” raramente manifesta-se e não dói. Porém, um dia, a casa cai,
mas aí é tarde e a recuperação se torna difícil.
Sabemos que a origem da doença diabetes tipo 2 está relacionada com um quadro de resistência a insulina em 90% dos casos.
Sabemos que a origem da doença diabetes tipo 2 está relacionada com um quadro de resistência a insulina em 90% dos casos.
Obesidade é o mais importante fator de risco
para diabetes e as duas condições clínicas estão sempre lado a lado.
O que acontece no fígado em consequência do aumento da glicose?
Muita coisa que a maioria dos
pacientes não sabe. Cientificamente, observa-se que parte dos pacientes adultos
com diabetes tipo 2 tem um aumento significativo de doenças hepáticas,
incluindo cirrose hepática, quando comparados com a população geral não
diabética. Um percentual significativo dos pacientes com cirrose hepática tem
resistência à insulina e 20-40% tem diabetes tipo 2.
Falando tanto de cirrose hepática, o que viria a ser esta doença que tanto assusta?
Falando tanto de cirrose hepática, o que viria a ser esta doença que tanto assusta?
Sem rodeios, a cirrose é o processo final
de reparação do fígado (substituição de tecido normal por tecido fibroso e sem
função) de uma lesão mantida e contínua aos longos dos anos por um agente, que
pode ser infeccioso, medicamentoso, químico (álcool), metabólico ou imunológico
(o próprio organismo tentando destruir o fígado).
Como começa o comprometimento do fígado em um paciente diabético?
Como começa o comprometimento do fígado em um paciente diabético?
Inicialmente, o fígado começa a
acumular gordura (esteatose hepática), principalmente em decorrência do aumento
da produção de triglicerídeo hepático (20-30% dos diabéticos apresentam na
ultra-sonografia acúmulo de gordura hepática).
Particularmente, observa-se que 100%
dos pacientes com obesidade mórbida e diabetes apresentam esteatose hepática. A
deposição contínua de gordura no fígado poderia ocasionar um processo
inflamatório agudo (hepatite) e levar a uma doença chamada de esteato-hepatite
aguda (hepatite aguda por deposição de gordura). A esteato-hepatite acomete 50%
dos adultos diabéticos obesos situados na faixa etária entre 35 e 60 anos. O
sexo feminino é o mais comprometido (60 a 80%) e mulheres diabéticas obesas com
idade superior a 50 anos teriam um maior risco de desenvolver tal doença.
A referida doença, na maioria dos casos, é assintomática, ou seja, uma grande parte dos pacientes não sente qualquer problema. Por outro lado, alguns pacientes queixam-se de um leve desconforto (sensação de peso) no lado direito do abdome, geralmente abaixo das costelas.
A referida doença, na maioria dos casos, é assintomática, ou seja, uma grande parte dos pacientes não sente qualquer problema. Por outro lado, alguns pacientes queixam-se de um leve desconforto (sensação de peso) no lado direito do abdome, geralmente abaixo das costelas.
Ao exame clínico, grande parte dos
pacientes apresenta fígado crescido (hepatomegalia), sendo este considerado o
dado clínico mais frequente observado pelo médico. Nos exames de sangue, um
número significativo dos pacientes apresenta provas de função hepática
discretamente alteradas, como as transaminases e aumento das taxas de
gordura no sangue, principalmente em decorrência do aumento dos triglicerídeos.
Se não tratada, a esteato-hepatite aguda torna-se crônica e um percentual bastante significativo dos diabéticos desenvolverão uma cirrose hepática ao longo do tempo, nunca menos que 20-30 anos.
Se não tratada, a esteato-hepatite aguda torna-se crônica e um percentual bastante significativo dos diabéticos desenvolverão uma cirrose hepática ao longo do tempo, nunca menos que 20-30 anos.
Pacientes diabéticos têm um risco
aumentado em 7 (sete) vezes de apresentar endurecimento do tecido do fígado
(fibrose).
Diversos estudos científicos incriminam a
doença diabetes mellitus II como fator de risco para o desenvolvimento de
câncer de fígado. Estudos bem atuais têm provido evidências de que as hepatites
virais pelos vírus das hepatites B e C, o uso abusivo do álcool e diabetes tipo
2 interagem sinergicamente desenvolvendo o câncer de fígado.
http://drjcfonsecaeofigado.blogspot.com.br/2009/04/o-figado-nos-pacientes-diabeticos-um.html
Grata pela partilha!
ResponderExcluirGostei dos esclarecimentos que também é um alerta sobre o problema...muito bom texto...