Uma pesquisa feita por uma das universidades mais
renomadas nos Estados Unidos aponta que
deixar de consumir glúten, a proteína presente em cereais como o trigo, aumenta
o risco de diabetes.
O glúten saiu do cardápio da Andressa Motta há seis
anos. “Eu me sentia muito mal, eu sentia enjôo, sentia minha barriga inchada,
cólica. Às vezes, eu tinha diarréia, tinha que ficar o dia inteiro no
banheiro”, contou a estudante de nutrição.
Andressa é daquelas pessoas que têm sensibilidade ou
intolerância ao glúten e descobriu isso com ajuda da médica. “E sugeriu tirar o
glúten para fazer teste para ver se era realmente isso que incomodava e eu
parei de sentir todos os sintomas”.
Nas prateleiras, é cada vez maior a oferta de produtos
que não contém glúten, uma proteína presente no trigo, na cevada e no centeio.
Mas especialistas alertam: a dieta sem glúten só deve ser recomendada para os
pacientes com doença celíaca, uma inflamação na parede do intestino causada
pela reação ao glúten.
Algumas pessoas podem ter intolerância a essa
proteína, mas não chegam a apresentar a inflamação. E, nesses casos, os médicos
avaliam se vale a pena retirar totalmente o glúten da dieta.
Ao cortar o glúten da alimentação, a pessoa
normalmente desincha e emagrece, porque deixa de ingerir a farinha de trigo.
Mas nenhuma dieta deve ser feita sem orientação, porque você pode achar que se
livrou de um problema, mas corre o risco de criar outro mais sério.
O diabetes tipo 2, por exemplo. É o que aponta um estudo feito pelo Departamento de Nutrição da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
O diabetes tipo 2, por exemplo. É o que aponta um estudo feito pelo Departamento de Nutrição da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Uma pesquisa feita com 200 mil pessoas em 30 anos
mostrou que o risco de desenvolver a doença era 13% maior entre as que não
comiam alimentos com glúten. O motivo? Ao abandonar o glúten, ingeriam menos
fibras.
“A ingestão adequada de fibras na alimentação faz com
que o carboidrato seja absorvido de uma forma mais lenta, com isso melhorando,
diminuindo as taxas de glicose na corrente sanguínea”, afirmou o
endocrinologista Daniel Kendler, membro da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia.
Por isso quem evita o glúten deve compensar a dieta
com alimentos ricos em fibras, como as frutas, legumes com casca, arroz
integral.
“A alimentação saudável sem dúvida nenhuma é aquela
variada. Só na variabilidade, na variação dos alimentos é que a gente vai
conseguir fornecer todos os nutrientes necessários para uma vida saudável”,
afirmou o endocrinologista.
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2017/03/deixar-de-consumir-gluten-aumenta-risco-de-diabetes-diz-pesquisa.html
- Mestre em Endocrinologia e Metabologia pela UFRJ.
- Doutorando em Endocrinologia e Metabologia pela UFRJ.
- Médico do Serviço de Diabetes do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE).
- Professor adjunto de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Estácio de Sá.
- Tesoureiro adjunto da SBEM-RJ, biênio 2015-2016.
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